BUSINESS - Ser bem sucedido, também tem a ver com saber escolher seus parceiros

Essa semana me deparei com algo bem interessante na minha função como homem de negócios. Ao apresentar algo funcional que eu tinha para ajudar em minha rotina doméstica para uma amiga, ela viu naquilo, uma chance de transformarmos tal produto em um negócio. Logo me animei, pois o contexto no qual esse produto está inserido, é algo do qual já fiz parte em termos de carreira, mas hoje me contento apenas em desfrutar como consumidor. E não me incomodou a ideia de quem sabe retornar aquele setor, mas sem muito compromisso. 

A dita amiga, me questionou em como seria viavél aquele negócio funcionar na prática, e por ser um produto do qual eu tenho bastante experiência, e já havia escrito um projeto para um investidor em potencial, rapidamente criei um negócio bem prático, e possível de entender mesmo para o mais leigo da área. Mas para esse criatura em questão, o direcionamento que eu estava dando a respeito de um possível negócio, não era o suficiente. Ela precisava de mais detalhes. Abro aqui, uma parênteses para acrescentar duas informações importantes. 

No meio da conversa, a pessoa bastante entusiasmada com o modelo de negócio, me confessou que é do tipo que precisa descansar, e no dia seguinte perceber se ainda existe o mesmo entusiasmo. Um alerta. Alguém que se deixa levar em uma conversa de negócios por entusiasmos, ou por emoção, já não é alguém que você deve consierar tanto como possível sócio. Por mais que entusiasmo e emoção sejam também importantes para qualquer empreitada, nesse caso, poderia ser considerado como uma emoção passageira. Porque segundo me recordei, essa mesma pessoa em um tempo atrás quando fiz uma outro proposta, foi honesta ao me dize que não era a sua linha de negócios, mas também admitiu que era alguém que de uma hora pra outra mudava de ideia, e de repente não deseja mas fazer algo no qual estava envolvida.

Essas duas informações foram muito importantes para eu agir em um dado monento da conversa. Que foi quando a pessoa me pediu mais detalhes de como o negócio poderia ser implantado, e como se daria a execução. E eu respondi a ela que achava desnecesário dar maiores informações, uma vez que o que eu já havia exposto era mais do que o suficiente para ela refletir à respeito do potencial da tal proposta. Segundo, outros motivos que faziam eu acreditar serem desnecessário ultrapassar praticamente uma hora de troca de áudios de whatsap, eram os fatos de que ela já havia admitido em situações diferentes, de que era bastante escorregadia com seus interesses e decisões. 

Aquilo gerou uma discussão "saudavél", mas um tanto repetitiva e chata, onde ficamos dando voltas nas mesmas justificativas, e azedando aquela troca que até minutos antes estava sendo bastante empolgante.

Fiquei triste pelo rumo do qual aquele diálogo tomou? Não! Fiquei decepcionado pela ideia de acontecer um novo negócio - que pra mim era atraente - ter fracassado? Também não! Ao contrário de tudo isso, fiquei bastante feliz ao perceber o quanto foi madura a minha atitude como um homem de negócios, em não entrar na empolgação de um amigo, em construir uma possível sociedade. Saber a hora de parar de falar. Dizer não. E não colocar todas as cartas do jogo na mesa, também faz parte de você ser um empreendedor ou empresário de sucesso. E tudo isso não só me trouxe uma satisfação, mas principalmente uma reflexão de como é importante alcançar esse amadurecimento. E esse amadurecimento vai muito além de você ter coragem de dizer um não, ou de saber quando parar uma conversa que não resultará em frutos. Nesse caso, o amadurecimento ao qual me refiro, também diz respeito em você saber identificar um parceiro em potencial. O que vai muito além da situação dessa pessoa ter admitido o quão frequente ela mudava de ideia, e não concluir as coisas que começava. Porque quando você é um bom negociador, você até consegue convencer a pessoa, e mantê-la alinhada ao seu modelo de negócio. 

"Para eu me envolver em um negócio, preciso antes estudar todos os detalhes, listar cada passo, e visullizá-lo, para saber se é atraente."

Quando recebi um convite de uma jornalista de Paris, para criar um conteúdo que seria publicado em um portal de renome no setor, levei três semanas criando, desmanchando, repensando, corrigindo, "efeitando"... e quando mandei mensagem para a jornalista e disse a ela que estava trabalhando para que o conteúdo ficasse cada vez melhor, e ela me alertou que exisitia um prazo para eu entregá-lo, e ele ainda ir ao ar naquela edição, me disse uma frase que eu nunca vou esquecer: "Às vezes, o feito é melhor que o bem feito." E ela estava certa. Princiaplmente nos negócios, nem sempre existe o momento certo, o produto certo, o planejamento, equipe ou clientes corretos. Todo mundo que empreende - e estou me referindo àqueles que estudam para empreender - aprendem como uma das lições básicas, que a maioria dos negócios nos primeiros anos, você apenas trabalha, e reinveste para construção de sua marca. Muito se falha, e muito se cai. E não existe uma fórmnula certa para negócios de sucesso. E na maioria das vezes, principalmente no empreendorismo, você só precisa começar, e ir moldando no processo. E meu possível sócio admitiu não ser assim. Talvez por isso as suas investidas acabam demorando muito para apresentar resultado, ou nunca dão resultado algum. E como o mesmo disse, acaba abandonando quase tudo pelo caminho. Porque a energia investida no sonho, no papael, e na idealização, é muito maior que do que a prática necessária para obter-se os resultados.

"Eu não começo alguma coisa de qualquer jeito. Eu não sou assim."

Bem, nessa frase, a primeira oração está muito relacionada com o tópico anterior. Então não irei me aprofundar mais, pra não ser repetitivo. Quero focar na segunda oração. "Eu não sou assim." Costumo dizer que esse é o pensamento mais estúpido, e frase mais repetida pelas pessoas, para se defenderem de seus erros. É o que chamam de complexo de Gabriela. "Eu nasci asssim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, eu vou ser sempre assim...". Afirmar que você é daquele jeito, e acreditar que nesse lugar existe alguma vantagem que te livra do erro, é a maior tolice que o ser humano pode cometer em um processo de busca de crescimento - se é que ele deseja realmente crescer. Se você de fato quer empreender, no mundo dos negócios não existe o "Eu sou assim." Essa é uma das maiores declarações de despreparo. No mundo dos negócios, o que manda são os negócios, a concorrência, e os clientes. E se você vive preso a essa crença, a última coisa que você deve desejar fazer na vida é empreender. E isso, estou falando de empreendorsimo pequeno. MEI, investidores pequenos... Porque quando se trata de brincadeira de gente "grande", a sua queda pode se bem maior, se adotar esse tipo de pensamento e postura. 

E pegando uma emenda a respeito de negócios grandes, e costurando com o começo desse texto, uma coisa que jamais aconteceria no topo da competição, é justamente em uma reunião, um possível sócio ou investidor, querer conhecer todo o modelo de negócio. E do outro lado, quem está apresentando a proposta, entregar todo o mapa do labirinto. Ninguém em absoluta sanidade competitiva, faz isso. Ainda mais um modelo de negócio novo, que não há parâmetro na literatura de negócios bem sucedidos.

"A ninha função será a mais trabalhosa."

Por fim, não há mais nada de vaidoso e superestimamdo em um membro de um trabalho em equipe, julgar que a sua função seja mais trabalhosa. Seu trabalho ser braçal ou intelectual, ele ser o mais quantitativo em tempo ou não, é muito relativo para você acreditar que ele seja o mais trabalhoso. E quando uma pessoa em uma conversa informal já enaltece seu trabalho ser o maior, ela já está dando sinais claros de que será competitva nos lugares errados. Isso prova que a preocupação de que o trabalho dela será maior que o do colega, é muito mais importante do que a união da equipe em chegar em um resultado final.

Então uma pessoa curiosa está agindo errado, ao querer conhecer melhor à respeito do negócio que está sendo apresentado?

De maneira alguma. Inclusive um dos maiores conselhos antes de se entrar em um negócio, é que devemos ser curiosos. Ou extremamente curiosos. O que foi colocado nessa questão em especifico, não é a curiosidade da pessoa. Mas a necessidade dela de que todos os pontos do negócio sejam colocados de uma vez só, inclusive a ilustração de cenários futuros, passando pela maneira de implantação e execução, em uma primeira conversa informal de uma proposta que se quer foi formalizada. Bons negócios raramente são fechados após um único bate papo com café. Ainda mais um negócio inovador, sem cenário de representação com modelos e resultados. Volto a enfatizar, o que é colocado nas ideias anteriores, é a posição de quem está apresentando o negócio, em estar totalmente disponível em dar todo o mapa da mina, para alguém que ja admitiu que pode estar apenas curioso, e que deixa seus interesses profissionais serem levados por emoção. É sobre a responsabilidade de quem propõe. Mas não deixa de ser responsabilidade também de quem quer conhecer, ser mais que apenas curioso, e valorizar o tempo de quem propõe algo, e deixar para ir afundo, apenas quando houver um pouco mais de interesse genúino sobre a proposta, indo além de suas superficiais emoções a respeito de qualquer novidade que ouve.

Não é possível que um provavél sócio ou parceiro nessa posição, venha a se tornar um potencial companheiro de uma sociedade bem sucedida?

É claro que sim. Na vida, nem tudo é preto no banco. E nos negócios não é diferente. Mas como dito acima, um negócio bem sucedido é um caminho de processos. E quando estamos falando em unirmos com bom parceiros, estamos falando de cuidados que devemos tomar nesse momento tão importante, onde não haverá nova chance. Certas medidas e cautelas, precisam ser tomados nessa etapa. Após isso, se algo der errado, não haverá mais conserto. Uma segunda chance só vai levar você a remendar o que no principio já deu alertas de que poderia não dar muito certo. Algo ainda poderá ser feito para mudar o resultado, ainda nessa estapa? Sim. Quando você econtra alguém disposto a ouvir quem talvez já tenha mais experiência, e ajustar certos pontos. Mas quando você se depara com um eventual parceiro que já une todas as caracteristicas acima, usa a justificativa do "Eu nasci assim...", e o deixa falando sozinho em uma conversa que até então julgava importante, apenas pelo fato de que não concorda com você, isso já é um sinal crucial de que essa conversa não deve mais seguir adiante, e dificilmente terá um desfecho diferente e positivo.

Portanto, após essa análise espero que você que é empreendedor, ou está pensando em arriscar por esse caminho, e possivelmente terá que se depará com parceiros e sociedades em um futuro, analise esses pontos, e se mantenha aberto para o surgimento de tantos outros, que o faça refletir, e que lhe coloque nessa posição de encontro com o amadurecimento como empresário. E entender que mesmo um negócio bom, não há motivos para você se sentir fracassado em ele não se realizar. Numa proposta boa, o problema não está no negócio. O problema pode estar diretamente ligado aos parceiros que você tem para realizar uma empreitada. Então, entenda que o amadurecimento como homem ou mulher de negócios vem bem antes de você ser bem sucedido ou sucedida. 

Dominique Romeu é consultor de negócios

Uma observação, esse texto não é um relação de fórmulas, ou tópicos a serem seguidos como modelo de aprendizado e aplicação. Apenas alguns pontos observados em uma experiência específica e pessoal, que pode ajduar a você a trabalhar melhor em suas negociações. Esteja aberto ao aprendizado amplo, e a observar e aprender com suas próprias experiências e intuições. 

dominiqueromeu@gmail.com

Comentários

Postagens mais visitadas